A fabricação de álcool em gel e de álcool etílico a partir de cereais foram temas de live

A presidente do CRQ XVI conversou sobre o assunto com o engenheiro de produção Adriano Luis Soriano

O Conselho Regional de Química da 16ª Região (CRQ XVI) realizou ontem a primeira, de um total de quatro lives previstas para essa semana, com profissionais que atuam em Mato Grosso, dentro do “Falas da Química – O novo futuro já começou”. 

O convidado, o engenheiro de produção da ALS Consultoria e Projetos, Adriano Luis Soriano, conversou com a presidente do CRQ XVI, Suzana Aparecida da Silva sobre a fabricação de álcool etílico a partir de cereais e de álcool em gel.

Assunto de destaque durante a pandemia do novo coronavírus, o uso de álcool no combate ao vírus abriu a conversa. A presidente Suzana lembrou que com a busca pelo álcool 70, no início da pandemia, foi possível ver “pessoas, extremamente mal instruídas, produzindo álcool de qualquer forma, em especial o gel, e divulgando notícias e receitas que não eram absolutamente verdadeiras, colocando uma população toda em risco”.

Adriano aproveitou para falar que o profissional da química é importante em todo o processo de produção do álcool, desde a busca pelos melhores fornecedores de matéria-prima até a entrega nas prateleiras. Reforçando ainda que o álcool em gel produzido de maneira incorreta perde totalmente sua eficácia.

“Se você vai no mercado ou algum outro lugar, colocam o álcool em gel na sua mão e o álcool em gel permanece o tempo inteiro na sua mão. Isso é graduação fora de norma. O álcool em gel tem que evaporar na sua mão em 6, 7 segundos. Quando fica aquele melado na mão significa que a graduação está totalmente errada. Então ele não está sendo eficaz, a pessoa pensa que está sendo, mas não está. E é aí que entra a responsabilidade efetiva do profissional da química”.

Ao falar sobre a produção do etanol a partir de cereais, Adriano, que tem 14 anos de experiência com etanol de milho, falou como a maior pureza desse tipo de álcool etílico o torna atrativo para a o uso na fabricação produtos na área de beleza, como itens de perfumaria e cosméticos, e de como o processo de fabricação do etanol a partir do cereal requer uma atenção especial do profissional da química.

“A produção de etanol de milho é uma tecnologia limpa e isso exige ainda mais do químico. Porque a partir do momento que você obtém uma licença e fala que seu circuito todo é fechado, e que o único o resíduo que vai gerar é resíduo altamente proteico, que é ração animal ou ingrediente para ração animal, aí sim que a efetividade do químico é importante. A partir da hora que isso acontece, nós não podemos errar mais. Não existe Plano de Aplicação de Vinhaça (PAV), não existe área de sacrifício, não existe área de descarte”, destacou.

O engenheiro de produção chamou a atenção também para o crescimento da produção de etanol a partir do milho no Brasil, reflexo de uma maior demanda pelo produto, que ajudou a estabilizar o preço do produto durante a entressafra da cana-de-açúcar.

“Em 2015, nós representávamos 0,4% da produção total de etanol no Brasil. Em 2019, ano passado, ele (o etanol de milho) representou já 4% da produção total. E há uma previsão, para 2028, que nós vamos ter 20% do mercado total de etanol”.

 “Falas da Química – o novo futuro já começou”

A programação especial em comemoração ao dia do Químico, celebrado hoje (18/06), segue nesta quinta-feira. Às 18h30 (horário de Brasília), no Instagram do CRQ XVI (@crq16) a presidente Suzana conversa com a fiscal da Vigilância Sanitária Gicelle Gomes em uma live com o tema “Requisitos Legais para Produção de álcool 70% para o combate à Pandemia da Covid-19”.

Na programação nacional, às 19h30, com transmissão pelo Youtube e pelo Facebook do Conselho Federal de Química, tem o Painel do Sistema CFQ/CRQS, dividido em três blocos. No primeiro, o tema é “A Química e a retomada pós COVID-19”, com presidentes e representantes da ABQUIM,  ASSOCIQUIM, ABIHPEC, ABIPLA, SBQ  e ABQ; no segundo bloco serão discutidas “As boas práticas de inovação para empresas, profissionais e líderes”; e no terceiro e último bloco será realizado um treinamento para ajudar os profissionais na retomada, com o uso da ferramenta LinkedIn. O tema é “LinkedIn Reagente! Como o profissional deve se preparar para uma entrevista, para uma recolocação profissional, como deve ser a postura do profissional perante os recrutadores e a construção de uma página estratégica no LinkedIn”.

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