Equipe trabalha para aprimorar o diagnóstico da doença, com teste de fármacos, testes rápidos para detecção da Covid-19 e até produção de álcool gel
Um grupo de pesquisadores e servidores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) reuniu equipamentos, insumos e voluntários para a realização de pesquisas e testes referentes ao novo coronavírus. E a equipe do Instituto de Química (IQ) está desempenhando um papel fundamental nesta ação interdisciplinar. Quem explica o papel dos químicos é a professora Ljubica Tasic, do IQ, que coordena a área de Química na força-tarefa.
A professora conta que o IQ da Unicamp trabalha com a missão de auxiliar a sociedade em duas frentes: pesquisa básica e ações de resposta imediata. As ações de resposta imediata contam com a produção de insumos, como nanopartículas magnéticas usadas em testes que diagnosticam a Covid-19. A equipe também está produzindo álcool (e álcool gel), que é encaminhado para hospitais e outras entidades.
Entre as ações de pesquisa básica, está a busca por fármacos que possam ter eficácia contra a infecção viral provocada pelo vírus SARS-CoV 2. Os estudos são feitos com remédios já aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A equipe trabalha com a chamada reinvenção de fármacos, já que descobre um novo uso para os remédios como antivirais. Outra atividade é o desenvolvimento de novos métodos – rápidos e eficazes – para detecção do vírus SARS-CoV 2, usando técnicas bioanalíticas.
Quanto ao diagnóstico e prognóstico, a professora detalha que a equipe aplica técnicas de espectrometria de massas e ressonância magnética nuclear com o objetivo de diferenciar indivíduos assintomáticos, sintomáticos e saudáveis. “Usamos uma pequena quantidade de amostras de soro, swab – que é um cotonete estéril que serve para coleta de exames microbiológicos – e ar exalado. Buscamos biomarcadores, que são metabólitos que foram modificados devido à presença do vírus SARS-CoV 2”.
Segundo a professora Ljubica, os químicos do IQ trabalham ainda na pesquisa para a produção de matérias antissépticas (resistentes ao SARS-CoV 2) que possam servir para a fabricação de vestimentas ou equipamentos de proteção individual. “Os profissionais de saúde não podem ficar expostos ao vírus. Também é tarefa da pesquisa elaborar matérias que possam proporcionar máxima proteção”.
Sobre a importância da Química e do trabalho dos profissionais que atuam na força-tarefa, a professora não tem dúvidas da relevância do trabalho desenvolvido. “A pesquisa e as ações imediatas são fundamentais para termos mais respostas, melhores tratamentos, equipamentos e proteção contra a Covid-19. A Ciência é parte fundamental nesta batalha”, finaliza.
Fonte: CFQ Conteúdo publicado em 20/04/2020
Foto: Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes/ Liana Coll/Unicamp