Em tempos de ondas de calor extremas, uma modificação simples no ar-condicionado, usando-se um produto já comercializado, pode aumentar a capacidade do sistema em 500%, com um impacto significativo na conta de energia e na pegada ecológica do usuário.
A descoberta, feita por pesquisadores chineses e americanos, diz respeito aos chamados trocadores de calor (dispositivo que transfere o calor do ar para um líquido, na forma de gotas, filmes ou sprays), usados em ar-condicionados. O aditivo a ser adicionado à água dos aparelhos é o hidrofluoroeter (HFE), composto que já existe no mercado e que não afeta a camada de ozônio (foi desenvolvido para substituir o CFC e HFC, destruidores da camada de ozônio).
Ele é usado atualmente só em sistemas de refrigeração de circuito fechadoc(usado nas indústrias), mas não como aditivo em sistemas à base de água. “Outros métodos para aumentar a eficiência dos aparelhos de ar-condicionado alcançaram no máximo 50% de melhoria. Nós obtivemos dez vezes mais otimização com o uso do HFE” disse um dos pesquisadores, o professor Chao Sun, da Universidade Tsinghua, na China.
A água de movimenta mais rapidamente com a adição do HFE (Fonte: Inovação Tecnológica/Reprodução)
Quando se aproxima do lado quente do trocador de calor, o HFE ferve rapidamente, formando bolhas de vapor e água que sobem em direção à placa fria. Ali, elas perdem o calor, voltam a ser líquido e escorrem, não sem antes levar o calor para longe do lado quente e aumentar a velocidade da água que sobe e desce. “Isso agita o sistema e faz a água se mover mais rápido,” disse Sun. “Conseguimos, assim, uma melhoria dramática na transferência de calor.”
O único senão é que o aditivo funciona apenas nos trocadores verticais, em que o calor sobe de uma placa para outra. Os pesquisadores, porém, afirmam que o ganho geral permanece porque este é o tipo de sistema empregado nos ar-condicionados atualmente. Mesmo assim, eles já estão trabalhando para adaptar a técnica para aparelhos de ar-condicionado com trocadores de calor de fluxo lateral.
Fonte: Julia Marinho
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