A pandemia do novo coronavírus mudou o mundo. O risco de contágio fez muitos estabelecimentos e trabalhadores paralisarem as atividades e impôs diversas medidas para a retomada das mesmas. Com o Conselho Regional de Química XVI não foi diferente. Para poder exercer a sua principal função, que é fiscalizar o exercício da Química no estado, no intuito de proteger a sociedade, garantindo que apenas profissionais e empresas qualificados possam oferecer seus produtos e serviços para o cidadão, o CRQ XVI teve que fazer ajustes durante o ano de 2020.
O fiscal Marcos Zanchet, responsável pelo trabalho em Mato Grosso há cerca de 25 anos, explica que a pandemia trouxe algumas limitações, mas que a fiscalização segue sendo realizada.
“Em 10 meses, nós só não realizamos vistorias em abril e em junho, por conta da pandemia, que fez quase tudo parar. Vínhamos trabalhando normalmente em janeiro, fevereiro e março. Depois dessas pausas nosso trabalho foi retomado e tem sido realizado com foco na baixada cuiabana, com todo cuidado é claro. Faço uso de máscara e álcool gel. Algumas empresas realizam a medição de temperatura antes da nossa entrada. E ao conversar com profissionais respeitamos a distância, mas realizo a vistoria com toda a atenção de antes. ”
As viagens para vistorias nas cidades do interior ainda estão suspensas, porém, para colher informações por exemplo, o CRQ XVI realiza intimações via ofício caso seja necessário.
E os números mostram que o esforço para manter o trabalho durante a pandemia tem dado resultado. Se em 2019 foram 711 vistorias realizadas e 36.025 quilômetros rodados, em 2020 Marcos já realizou 329 vistorias, rodando 11.000 quilômetros. A ‘essência’ do Conselho, segundo ele, esclarece o fato de o CRQ XVI se adaptar e manter a fiscalização mesmo diante das limitações.
“O trabalho de fiscalização é a essência do CRQ. É um trabalho importante para os profissionais da Química, para a sociedade e para o meio ambiente. O Conselho tem a função de fiscalizar para não permitir que pessoas sem conhecimento e atribuições competentes ao profissional da Química atue como tal, que empresas/indústrias estejam regulares, garantindo assim que apenas produtos de qualidade sejam fabricados e ofertados ao cidadão, e garantindo também o tratamento de efluentes, o que protege o meio ambiente. Tivemos na pandemia muita gente que pensou que poderia fabricar álcool, mesmo sem ter formação ou lugar adequado para isso. É nosso papel estar atento a isso. ”
Para a presidente do CRQ XVI, Suzana Aparecida da Silva, além da essência do Conselho, a importância dos próprios profissionais da Química no período da pandemia também justifica o esforço nas fiscalizações.
“Neste período de pandemia, o profissional da Química foi quase tão solicitado quando o médico e enfermeiro, devido à necessidade de produção de álcool, de produtos sanitizantes. As pessoas começaram a buscar esses produtos e também a se preocupar se eles eram realmente seguros, queriam informações. Por isso é necessário o CRQ estar presente, fiscalizando, garantindo essa segurança à população”.